O contexto mundial impôs-nos métodos
de trabalho e de vida que se me tornaram insuportáveis.
No princípio de 2014, ao fazer 60 anos,
depois de mais de 30 anos de trabalho na Informática, tinha chegado
o momento de fazer outra coisa, de tomar o tempo de viver segundo os
meus próprios desejos e compartilhar com os meus familiares e
amigos este modo de vida.
Durante cerca de 5 anos, tinha organizado uma
espécie de pré-reforma auto-financiada, e procurava um
lugar para praticar as minhas paixões: a arquitectura, a agricultura
e a acção social. Tinha planificado de parar de trabalhar
e partir instalar-me na ilha de Moçambique, património
da Unesco com necessidade de ajuda externa para renovar os estragos
de uma guerra civil de alguns anos. Mas certos imbecís de moçambicanos
recomeçaram a guerra entre partidos, com rejeição,
assassinato ou raptos de estrangeiros. A minha família teve medo
e pus-me a procurar uma alternativa.
Procurava sol, um lugar para fazer plantações
e construir uma casa com as minhas próprias mãos, fora
das aglomerações stressantes e do turismo de massa. Refectindo
bem, o Alentejo parecia-me corresponder aos critérios de base.
E, procurando propriedades disponíveis, encontrei um olival à
venda já há 3 anos por causa da crise económica
em Portugal. Após algumas semanas de negociações,
uma visita au local permitiu-nos de confirmar a escolha, de assinar
a promessa de compra e de planificar os primeiros trabalhos de recuperação
do olival, cujas árvores não eram podadas há quase
20 anos.

Esta primeira visita permitiu-nos também
de começar a imaginar os outros melhoramentos a effectuar e,
em seguida, uma primeira estadia de 2 meses durante o verão permitiu-me
de me confrontar com as dificuldades específicas da região.
E a zona mais quente de Portugal, a temperatura diurna durante o verão
ultrapassa largamente os 30 graus e as noites podem ser bastante frescas
(como num deserto). Nesta região o risco de incêndio é
tal que certas actividades com máquinas agrícolas são
proibidas de junho a setembro e as casa em madeira não podem
ter seguro de incêndio. Eis por que tive de renunciar a construir
a casa e a as construções agrícolas em estructura
de madeira e de utilizar métodos de construção
mais tradicionais.
Podámos mais de 500 oliveiras, algumas
figueiras, amendoeiras e pereiras existentes, fizemos abrir 3 furos
para encontrar àgua em quantidade suficiente, criámos
um caminho em pedra de mármore esmagada com mais de 700 metros,
ao mesmo tempo que íamos plantando novas árvores, construindo
uma cerca em rede para os futuros galinheiros e construindo o primeiro
bungalow.


Uma horta em permacultura e um pomar foram instalados
depois da cerca que protege a parte central do terreno ao mesmo tempo
que deixa um caminho de 2 a 3 metros para percursos a pé, em
bicicleta ou a cavalo.
Criámos um laguito integrado num sistema
de reciclagem das àguas usadas por plantas aquáticas,
ligámos a propriedade à rede electrica da EDP e instalámos
caixas com tomadas et torneiras todos os 50 metros.
Ao lado do laguinho, construímos uma pérgola
com uma casa de banho ligada a uma fossa séptica integrada no
sistema de reciclagem das águas com plantas aquáticas.


Perto do riacho que atravessa a propriedade e
que só tem água quando chove bastante, construímos
uma casa sobre uma azinheira com a casa de banho incorporada na escada
de acesso.


Depois de anular o projeto de construção
de uma vivenda no centro do terreno, comprámos uma casa alentejana
para a renovar, transformar os anexos em 2 quartos para alugar com uma
casa de banho partilhada e acrescentámos uma pequena piscina
acessível a todos os utilizadores da propriedade.


Uma recepção, alguns parques de
estacionamento stratégicamente distribuidos, jardins decorativos,
um forno de lenha de boa qualidade, um abrigo para as ovelhas e o poney
vieram completar as infrastructuras necessárias para que os nossos
"inquilinos" tenham prazer de ficar alguns dias entre nós.


Por último, a nossa vinha de 6600 pés
foi parcialmente enxertada com 5 castas que nos permeterão de
aproveitar a generosidade da natureza desta região.

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